sexta-feira, 17 de abril de 2009

Local Color

Um diálogo retirado do filme 'O Mestre da Vida' (Local Color, 2006, dir. Geroge Gallo):
Curtis Sunday, crítico de arte, diz que arte tem que ser feita para poucos (resumidamente), e Nicholi Seroff, pintor clássico, defende que a arte é o denominador comum entre todos (estudiosos de arte ou não).

Seroff: - O que há de errado com o sentimento?

Sunday: - Não tem espaço na arte.

- Quem falou?
- O sentimento é uma forma melosa e açucarada de emoção que indica falta de intelecto. - Grande merda! Você tem tanto intelecto que tornou-se estúpido, Curtis. Sentimento é decência, é ser um ser humano, é saber que a vida é curta, muito, muito curta. (...) O sentido que deu à palavra é que me perturba profundamente. Chorar, ferir, ponderar, amar, amar verdadeiramente. Essas são os tijolos que constrõem a humanidade, é o que constrói pontes, que cria Rembrandt, Van Gogh, Monet, Renoir! O que vocêd efende cria perturbação, miséria, bagunça!
- Falo de um setor bem diferente da condição humana.
- Mas não tem lugar na arte.

Egon Schiele - Auto retrato 1911

Assim acabou o começo da minha tarde... assistir algo no momento certo, que foi apertando as teclas certas lá dentro... Talvez em outra hora minha reação fosse outra, mas acho que uma coisa leva a outra, se não estivesse com a cabeça em meio a um olho de redemoinho provavelmente não assitiria este filme. Acho que ele completa coisas de outros filmes que já falei (Ratatouille, O Som do Coração, A loja Mágica de Brinquedos), é sobre descobertas também, mas o paralelo aqui é com pintura. Um jovem que quer ser artista acompanha um pintor russo numa viagem esperando aprender a pintar, e acaba aprendendo muito mais do que isso. Tá, é clichê, mas este filme tem uma pegada diferente dos outros, não é nada infantil, tem seus momentos de alívio de humor, mas é forte.
Acho que a questão é a construção do quadro, da pessoa, as cores... sempre as cores... Na escola quando eramos pequeninos não diziam que as nuvens são brancas? e as folhas verdes? e o céu azul? e o sol amarelo? e naõ fazemos o mesmo na vida? e assim pintamos nosso quadro... Daí me pergunto, o que podemos fazer então? buscar os nuances... ou até se envolver pelos nuances. Outra discussão do filme é sobre se deixar errar e conseguir seguir em frente. É tão fácil falar e tão dificil de realmente entender isso, porque tenho certeza que minha mente foi rigorosamente treinada para não aceitar erros, derrotas e tal, mas vou começar uma campanha interna para mudar isso tudo!

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